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24 de mar. de 2013

Sobre métodos de design generativo em Grasshopper

Fabio Nogueira, estudante de Arquitetura na UFAL e membro do grupo Grasshopper Brasil, está desenvolvendo o seu trabalho de graduação, no qual está "tentando através de um exercício projetual utilizar conceitos de design generativo e fractais" e pergunta por referências sobre esse tema. Devido ao interesse que outros leitores do blog e membros do grupo têm, me tomei a liberdade de fazer pública a resposta:

Para o basamento teórico, as referências mais cercanas que posso recomendar são:
Dentro destas dissertações, você encontrará, além dos trabalhos, referências importantes que de outra maneira teria que listar aqui, o que seria pouco prático.

Para o desenvolvimento de projetos generativos no Grasshopper (GH), têm vários métodos, mais o menos apropriados, segundo o que você precisar ou o que estiver disposto a aprender.

Primeiro é importante não confundir o desenho ou modelagem generativa com o design ou arquitetura generativa. O primeiro é generativo em termos de representação: regras sintéticas (não gráficas) que geram desenhos ou modelos, ou seja, modelar usando o Generative Components, GH ou similar, ou através de scripting (RhinoScript, MAXScript, Processing, etc.). Mas quando se fala em arquitetura generativa, se fala em um processo no qual se definem regras simbólicas de projeto que geram sistemas arquitetônicos. O primeiro é uma técnica de representação (associada ao projeto); o segundo é uma metodologia de projeto (que usa essas técnicas não só para desenhar, mas também para projetar). Ou seja, todo o que se faz no GH é modelagem generativa, mas nem todo projeto feito em GH é arquitetura generativa.

Tenho dito isso, existem vários métodos específicos de projeto generativo que podem ser implementados no GH. Neste momento, eu consigo pensar em quatro:

Golden proportion spiral, por Homer Garcia
1. Desenvolvendo a sua própria lógica generativa com os componentes do GH. Têm muitas transformações iterativas que podem ser feitas trabalhando com listas e árvores de dados, usando Series, Range, grades e nuvens de pontos, etc. Também pode ser útil fazer Clusters com grupos de transformações que se apliquem como regra repetitivamente sobre vários elementos. Dica: o uso da constante Phi pode ser útil como multiplicador dos fatores de transformação para gerar fractais, já que esse número nasce de uma lógica recursiva.

Cellular Automata, por Morphocode
2. Aplicando regras generativas predefinidas, através de plug-ins como Rabbit. Dica: veja os tutoriais do Rabbit.


Iterative Step Modelling, por Yannis Chatzikonstantinou
3. Desenvolvendo as suas próprias regras iterativas usando os componentes do GH com a ajuda de plug-ins como Hoopsnake. Dica: leia o artigo e estude os exemplos de: Iterative Step Modelling, por Yannis Chatzikonstantinou, desenvolvedor do Hoopsnake.

Chrysalis (III), por Andrew Kudless
4. Implementando os seus próprios algoritmos generativos programando em alguma linguagem de scripting dentro do GH: C#, VisualBasic.NET ou Python. É de longe a mais difícil, já que implica aprender a programar em uma dessas linguagens, mas desse jeito se libera de qualquer limitação que os métodos anteriores possam ter, sem contar o universo de novas habilidades que seriam adquiridas.

Espero que estas referências e dicas sejam úteis para mais de um. O seus comentários são bem-vindos. E, como dizemos no grupo, boas pesquisas!

4 comentários:

  1. Bom dia. Gostaria de saber quando haverá workshop ou curso de Grasshopper em São Paulo ou Belo Horizonte. Obrigado.

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  2. Olá Faria,
    Obrigado pelo interesse. De 16 a 25 de julho será o próximo AA Visiting School São Paulo. Em breve a divulgação.

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  3. Porto alegre está na lista de futuro workshop?

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  4. Oi Manuell,
    Porto Alegre está na lista, sim, mas não confirmada ainda...

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